domingo, 20 de março de 2011
Sobre o Sol..
Passei por ti e sonhei, ontem. Ainda hoje quanto te vejo, vejo ontem. O cheiro da manhã sabe tão bem no teu pescoço. Rabisco folhas, as palavras alinham-se, por sua vontade e risco. Os pequenos devaneios acumulam-se a caneta nos cantos e nas bordas da folha. E só te vejo a ti. Aprisionei-me e agora não sei como sair. Decerto ficarei aqui para sempre. Trarei cá pessoas para me visitar. Falar-lhes-hei como se fosse a ti. Esperarei que se riam com o teu sorriso. Olharei para elas e vir-te-hei a ti, esperando que me olhem com o teu olhar. Sei que apanhei perpétua. A ideia não dói como doía. É uma cicatriz do antigamente. Só se nota se olharmos bem, e aí, consegue-se distinguir a ténue linha branca que risca a pele. Ontem ficou hoje. O sol com a sua luz decidiu. E nessa nova claridade procuro a porta.
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