sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ich bin ein Berliner ou crónicas de uma estadia em Berlin II

Hidratação.

Passear é provavelmente dos actos de ócio mais activos. Mete andar, logo aí, exige um esforço físico estranho ao que será preguiça no seu estado mais gregário. Só que passear, por meter um pouco de exercício à mistura, envolve logo uma necessidade de satisfação das necessidades primárias. Ora bem, beber, todos os livros a especialidade apontam nesse sentido, é bastante importante para a manutenção do estado de vivo. Por oposição à morte, onde aí o contacto com água é mais com a água de rega.

Em Berlim, capital do motor económico europeu, a água, nos cafés perto dos sítios turísticos, é relativamente cara. Paguei 2,50€ por uma água com gás de 500 ml. Só que no processo de hidratação, isso apenas constitui o primeiro acto de um mecanismo biológico cujo término mais comum é a micção. Sendo que tive de pagar 50 cêntimos para passar um torniquete que levava às casas-de-banho, o meu chichi custou-me um total de 3 €. Isto leva-me a concluir o seguinte: a estadia berlinense é mais económica para quem consegue beber muito sem ir à casa-de-banho. E fica muito mais cara às pessoas que precisam de ir várias vezes ao WC depois de beberem apenas uma água. Por outro lado, tratando-se de água com gás, o flato é gratuito. E, julgando pelo odor que exalava nalguns sítios, alemães e turistas, à semelhança dos portugueses, são tarados por borlas. Isto talvez seja um pouco exagerado, todas as grandes cidades são sujeitas a ter odores, mas apeteceu-me pôr isto assim.


P.S. Voltei a ver aqueles olhos azuis, só podiam ser os mesmos, que faróis!

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