Nascer, Viver, Morrer.
Estou apaixonado. Só ainda não sei por quem.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Bruma
Fria Beleza
candelabros apagados
vento cortante
Fio de ar
Alegrias e Penas
braço ante braço
uma
e depois outra
Sorriso aveludado
lágrima solitária
liso rosto
vela apagada
candelabros apagados
vento cortante
Fio de ar
Alegrias e Penas
braço ante braço
uma
e depois outra
Sorriso aveludado
lágrima solitária
liso rosto
vela apagada
Bruine
Lugubre beauté
Sous le ciel étoilé
vent coupant et glacé
souffle difficile
Les joies et les peines
mains dans la mains
se succèdent
s'étiolent
Doux sourire
larme amère
joue velouté
la lumière s'éteint
Sous le ciel étoilé
vent coupant et glacé
souffle difficile
Les joies et les peines
mains dans la mains
se succèdent
s'étiolent
Doux sourire
larme amère
joue velouté
la lumière s'éteint
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Partilhas de Outre-mer
Aqui tem uma tradução livre de uma crónica de Pierre Foglia publicada no La Presse a 29 de Outubro do presente ano. O texto é uma delícia e o original pode ser encontrado aqui.
Sabem como tenho medo da morte. Claro que sabem, já vos o disse mil vezes. Pois bem, veio-me à cabeça o outro dia um medo ainda maior do que o da minha morte: a morte da minha noiva. Nunca tinha pensado nisso até agora tal estava estabelecido que eu morreria primeiro. Veio-me de repente: e se for ela?
Sabem como tenho medo da morte. Claro que sabem, já vos o disse mil vezes. Pois bem, veio-me à cabeça o outro dia um medo ainda maior do que o da minha morte: a morte da minha noiva. Nunca tinha pensado nisso até agora tal estava estabelecido que eu morreria primeiro. Veio-me de repente: e se for ela?
Elle estava a passar o aspirador quando pimba, o aspirador avariou.
Arranja-me a chave-de-fendas.
É ela que diz isso. Eu, na minha vida, nunca disse a ninguém "arranja-me a chave-de-fendas". Meu deus, que faria eu de uma chave-de-fendas? Ela, pelo contrário, di-mo-lo uma ou duas vezes por semana. Nunca fiz as contas, mas tenho quase a certeza do que vou afirmar: esta moça disse-me mais vezes "arranja-me a chave-de-fendas" do que "amo-te".
Vou buscar a chave de fendas à cave.
Vou buscar a chave de fendas à cave.
Não! Não é essa!
Não quero dar-vos uma má impressão da minha noiva. Deviam vê-la quando ela veste o seu vestido azul, é de cortar o fôlego. Mas quando é necessário uma chave-de-fendas de cabeça lisa não é uma chave-de-fendas de cabeça quadrada. Pronto, é assim.
É o da pega vermelha!
Fala-me a cantar, amor! O vermelho, não há que enganar. Demorou dois minutos com o vermelho, vroum, vroum, o aspirador estava como novo. Foi aí que me passou pela cabeça: e se ela morrer? Devo ter ficado com um ar aterrado porque ela parou de imediato o aspirador: 'tá tudo bem?
Eu, sim. Mas e tu? Não vais morrer pois não?
Porque é que dizes isso?
Porque. Como é que iria fazer com o aspirador, e o aquecimento central, para tudo basicamente, ouvi o senhor a dizer-te o outro dia que era necessário não esquecer de pôr óleo no limpa-neves no início do inverno.
Punhas e pronto.
Olha-me esta! E em que sítio?
No outro dia, falhou a luz. Ela não estava em casa. A luz voltou algumas horas mais tarde, mas não tinha água. Disse-lhe ao telefone: não temos água. É normal, explica-me, quando ficamos sem electricidade durante algumas horas, é preciso reiniciar a bomba.
A bomba? A bomba onde? Temos disso?
Vêem a grande desgraça que seria a minha se ela desaparecesse. E os gatos? São dela, esses gatinhos, para eles só sou uma solução de recurso, um padrasto, não conto de facto. Eles vão ficar de trombas comigo se ela não estiver por cá. Excepto Tonton, Tonton gosta de mim porque lhe dou doritos às escondidas, descobri que ele gostava de doritos.
Resumindo, não paro de lhe perguntar se está tudo bem. Tens a certeza, querida, está tudo bem? Estás um pouco pálida. Ontem à tarde, ela subiu ao telhado para limpar a chaminé. Ou melhor, a chaminé está no segundo telhado, ela chega ao primeiro pela janela do quarto, daí encosta um escadote para subir ao segundo telhado e a partir daí então gatinha até à chaminé.
'Tás doida, pá?
Tenho sonhos retorcidos. Ontem à noite, sonhei que tinha posto um anúncio para a substituir. O pátio estava cheio de candidatas. Fazia-as passar o teste da chave-de-fendas. Depois, fazia-as experimentar o vestido azul. Até havia um senhor no grupo, Ronald, chamava-se, safou-se com a chave-de-fendas, mas o vestido azul, então aí, oh pá! Nada, nadinha! Demasiado pequeno, demasiado azul, estava ridículo, comecei a rir.
Ris enquanto dormes agora?
É porque estou contente.
Porque é que estás contente?
Porque não estás morta.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Hello darkness, my old friend
http://www.youtube.com/watch?v=8mkp-Of8sZQ
Hello darkness my old friend
I've come to talk with you again
And in the naked light I saw
People talking without speaking
People hearing without listening
Fool said how do you not know?
Silence like a cancer grows
But my words like silent drops fell
and echoed in the wells of silence
People bowed and prayed
to the neon god they made.
Hello darkness my old friend
I've come to talk with you again
And in the naked light I saw
People talking without speaking
People hearing without listening
Fool said how do you not know?
Silence like a cancer grows
But my words like silent drops fell
and echoed in the wells of silence
People bowed and prayed
to the neon god they made.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Haut la main
Cheveux châtains, yeux mordorés aux reflets de sa Méditerranée natale. Vivacité insolente tempérée d'une subtile, mais bien ancrée, pudeur latine. Voix roucoulante aux accents de chaude musique. De la bonace à la tempête en un battement de cils. On ne peut qu'être sensible devant tant de charme. Sa personnalité exhale la chaleur du soleil. Combativité innée, toujours partante, toujours battante, jamais à terre. La fougue des jeunes ans ne saurait être mieux personnifiée que par cette charmante demoiselle. Vivant la ligne qui limite l'insouciance du début de l'âge adulte, de la responsabilité et des ambitions de la maturité, on ne peux qu'être curieux de voir comment cette fleur de femme ira s'ouvrir au monde et si le monde lui retournera sa pétillante gentillesse. Éminemment féminine dans ses faits et gestes, mais pratique quand nécessité fait loi. Voilà un petit bout de femme qui a l'habileté de vous décontenancer d'un revers de main, d'un regard et quelle agréable sensation!
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Ich bin ein Berliner ou crónicas de uma estadia em Berlin II
Hidratação.
Passear é provavelmente dos actos de ócio mais activos. Mete andar, logo aí, exige um esforço físico estranho ao que será preguiça no seu estado mais gregário. Só que passear, por meter um pouco de exercício à mistura, envolve logo uma necessidade de satisfação das necessidades primárias. Ora bem, beber, todos os livros a especialidade apontam nesse sentido, é bastante importante para a manutenção do estado de vivo. Por oposição à morte, onde aí o contacto com água é mais com a água de rega.
Em Berlim, capital do motor económico europeu, a água, nos cafés perto dos sítios turísticos, é relativamente cara. Paguei 2,50€ por uma água com gás de 500 ml. Só que no processo de hidratação, isso apenas constitui o primeiro acto de um mecanismo biológico cujo término mais comum é a micção. Sendo que tive de pagar 50 cêntimos para passar um torniquete que levava às casas-de-banho, o meu chichi custou-me um total de 3 €. Isto leva-me a concluir o seguinte: a estadia berlinense é mais económica para quem consegue beber muito sem ir à casa-de-banho. E fica muito mais cara às pessoas que precisam de ir várias vezes ao WC depois de beberem apenas uma água. Por outro lado, tratando-se de água com gás, o flato é gratuito. E, julgando pelo odor que exalava nalguns sítios, alemães e turistas, à semelhança dos portugueses, são tarados por borlas. Isto talvez seja um pouco exagerado, todas as grandes cidades são sujeitas a ter odores, mas apeteceu-me pôr isto assim.
P.S. Voltei a ver aqueles olhos azuis, só podiam ser os mesmos, que faróis!
P.S. Voltei a ver aqueles olhos azuis, só podiam ser os mesmos, que faróis!
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Ich bin ein Berliner ou crónicas de uma estadia em Berlin I
A mulher de olhos azuis
A concentração deste tom cromático é deveras impressionante. E há para todos os gostos. Do azul real ao azul turquesa, do verde albino ao ao verde dourado. E é bonito, mas nada que pessoalmente eleve a minha fantasia a sítios antes não alcançados. Excepto no caso adiante exposto.
Sightseeing não tem a mesma conotação que o seu equivalente luso de "ver as vistas", pelo menos não exactamente. Todavia, não consigo encarar turismo ou passeio que não seja pautado por um híbrido vocabulário, que tarda em ser inventado, que conjugue ambas as actividades. E para minha grande felicidade, os arquitectos e as mães do mundo inteiro deixaram monumentos dignos de deliciar a retina de qualquer um em toda à parte deste mundo. Estava à espera de atravessar a rua. A luz dos peões tinha acabado de ficar vermelha. Quando olhando para os veículos que se preparavam para arrancar, rumo ao caminho do destino de cada, tive direito a uma imagem raramente acessível a não ser através da lente de um ou outro realizador mais adepto de um certo tipo de beleza. À frente dos carros estava uma Varadero vermelha e em cima, vestida como uma assessora empenhada, uma mulher. A viseira esta levantada, apenas se via parte da cara, do mais belo moreno, e do mais puro azul, dois olhos. Que visão. So faltava estar de saltos. Se tivesse tido tempo de reacção, ter me ia atravessado no meio da rua, apenas para poder desfrutar de tão magnífico quadro durante mais tempo. São coisas..
A concentração deste tom cromático é deveras impressionante. E há para todos os gostos. Do azul real ao azul turquesa, do verde albino ao ao verde dourado. E é bonito, mas nada que pessoalmente eleve a minha fantasia a sítios antes não alcançados. Excepto no caso adiante exposto.
Sightseeing não tem a mesma conotação que o seu equivalente luso de "ver as vistas", pelo menos não exactamente. Todavia, não consigo encarar turismo ou passeio que não seja pautado por um híbrido vocabulário, que tarda em ser inventado, que conjugue ambas as actividades. E para minha grande felicidade, os arquitectos e as mães do mundo inteiro deixaram monumentos dignos de deliciar a retina de qualquer um em toda à parte deste mundo. Estava à espera de atravessar a rua. A luz dos peões tinha acabado de ficar vermelha. Quando olhando para os veículos que se preparavam para arrancar, rumo ao caminho do destino de cada, tive direito a uma imagem raramente acessível a não ser através da lente de um ou outro realizador mais adepto de um certo tipo de beleza. À frente dos carros estava uma Varadero vermelha e em cima, vestida como uma assessora empenhada, uma mulher. A viseira esta levantada, apenas se via parte da cara, do mais belo moreno, e do mais puro azul, dois olhos. Que visão. So faltava estar de saltos. Se tivesse tido tempo de reacção, ter me ia atravessado no meio da rua, apenas para poder desfrutar de tão magnífico quadro durante mais tempo. São coisas..
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Malandrice
Oh, the things I've seen! Partilha comigo este sorriso, agora. Sorriso alegre, com um nada de "espièglerie", de malandrice, mas não da má, a boa malandrice. A que é precisa para o mundo continuar a girar por entre gargalhadas. A que tem o poder maravilhoso, e algo milagroso, de conseguir transformar o choro em gargalhada. Sabes, aquelas gargalhadas que por entre lágrimas e tristeza encontram o seu caminho até ao sorriso e de olhos ainda molhados soltam a sua suprema e transfiguradora alegria, abafando toda a tristeza que este mundo traz consigo. Essa malandrice. Essa malandrice que não merece um nome que pode fazê-la passar por quem não é e tal desfaçatez ser motivo de olhares de soslaio e reprovação. Oh! essa malandrice é o que salva este mundo! Essa malandrice é a luz que mostra a saída do bréu mais escuro. Essa malandrice é o que faz da morte pecado e vida da vida. Bem haja para a malandrice e "honni soit qui mal y pense"!
terça-feira, 5 de julho de 2011
Sobre o sol..
Lorsque les ténèbres hantent une âme tourmentée, quel délicieux baume que le sourire d'une femme amoureuse. Lorsque l'angoisse presse la poitrine de ces griffes étouffante, quelle bouffée d'air frais que la douceur de la peau d'une femme. Lorsque la tristesse inonde le coeur de l'Homme le seul remède est le baiser velouté de lèvres compatissantes. Et la certitude, aussi sûrement que le soleil découvre le jour, du plaisir de l'entrejambe d'une belle demoiselle.
domingo, 3 de julho de 2011
Quando um livro te deixa ficar mal..
Ontem tirei um par de horas e li "Mémoires de mes putains tristes" de Gabriel García Márquez. Fiquei bastante desiludido. Esperava muito mais de um livro que tem "putas" e "triste" no título. Talvez a tradução seja fraca, não sei. (Par de horas foi uma auto-carícia, nada para levar a demasiados juízos de valor por favor..)
sábado, 2 de julho de 2011
Rigor Jornalístico
Os paragões noticiosos que gritam, alto e bom som, que: "Há falta de médicos em Portugal", denotam o mesmo que rigor de investigação e respeito pela verdade que teriam títulos afirmando: "O decréscimo da natalidade nos países desenvolvidos acontece por as suas populações já não foderem como antes...". O calão neste caso é denotativo da irritação que isto me causa. Peço desculpa a quem achar de mau gosto. Isto para não usar de novo o verbo em causa..
sábado, 11 de junho de 2011
Bla-Bla-Bla
bla bla bla, vla vla vla, hiapeti hiapeti hiap! My mouth tastes purple! Quantos metros se poderá correr na Foz à beira mar nú antes de alguém reclamar? Gosto de dizer as palavras: "vagina" e "pénis" para ver a reacção na cara das pessoas! (sorriso) It makes me happy! Até porque se em criança essas palavras ou os seus substitutos eufemisados ou acriançados ou coiso me faziam rir envergonhado, a mim e aos meus colegas geracionais, pelo menos à maioria, aquela gargalhada escondida nas mãos a olhar para o chão, de quem sabe que não devia estar a rir ou que aquilo não devia estar a acontecer. Se em tempos era assim, a cara do adulto médio que ouve essa palavra sem estar à espera, descontextualizada, tem uma reacção igualmente curiosa que vai variando segundo o amadurecimento de cada um e os anos passados em pipa e os anos passados em garrafa. Posto isto, vulva. (sorriso) Funciona a cada vez! Merci mon vieil ami!
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Aeroportos
Apanhei o avião pela pela primeira vez quando tinha 3 anos. Obviamente esse acto não constitui a minha memória consciente actual. Mas agora que sou mais velho, agora que tenho alguma consciência, agora que tenho veleidades de conhecimento. Que lugar perfeito. Lugar de passagem. Lugar de transferência entre A e B. A vantagem de lugares desses, de escalas, é que não obrigam ao absoluto, ou se obrigam a tal, obrigam a um novo início. O aeroporto é o sítio dos inocentes. Ninguém é culpado dos pecados passados num aeroporto. O aeroporto é lugar de absolvição do passado e de um futuro novo, fresco, imaculado e sempre promissor, por maiores que sejam os remorsos. Aeroporto é liberdade que nem a revolução francesa nem Abril conseguiram idealizar. É lugar perfeito e imperfeito. É lugar de paz temporária. É "duty free" e poderia-se dizer o mesmo da responsabilidade. Lugar de fuga excelso e lugar de partida ideal. Não poderia desejar melhor lugar a alguém, mas talvez também não pudesse desejar pior eternidade. Finalmente. a Filosofia é uma religião como outra qualquer. Mas um aeroporto, é onde o Homem sonha o céu..
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Narcisicamente: Peniche
Narcisicamente: Peniche: "* Já me disseram que a gente que nasce e vive ao pé do mar é mais pura. Penso que o mar dá uma qualidade especial à fantasia, ao desejo e à ..."
sábado, 14 de maio de 2011
Cores
A cor da imensidão do vazio tem o condão de acalmar e aterrorizar. A força poderosa da indiferença, armadura sem falha nem fraquezas. O prazer da esgrima argumentativa no calor de uma reconfortante amizade. O sofrimento da estranheza de um povo surrealista. Um mundo com leis desconhecidas. Um lugar de paixões perdidas e amizades truncadas. Uma azia social. Uma descoberta sem fim. Uma cansada curiosidade insaciável. A visão que acaba quando a saia cobre a perna deixando à imaginação um caminho demasiado cumprido para percorrer sem percalços. Calor abafado de uma alma perdida. Suor de uma noite de ânsia sonolenta. A linha que une o mar ao céu desenha-se com a fé de um dia melhor e apaga-se com a cor da imensidão do vazio da noite.
Um olhar apanhado, um sorriso conquistado, a música de uma gargalhada vale a salvação de uma razão perdida? A veracidade da compreensão interpretativa do indivíduo alienada da realidade pelo mistério do saber de uns e pelo sentimento doutros. A verdade que se procura todos os dias numa busca incessante e inglória. Paz apenas alcançada no silêncio do sono. Dormência de uma vida passada. Sensações que entorpecem a alegria de estar. Glória, Glória. Aleluia. Pá Puta que o Pariu.
Um olhar apanhado, um sorriso conquistado, a música de uma gargalhada vale a salvação de uma razão perdida? A veracidade da compreensão interpretativa do indivíduo alienada da realidade pelo mistério do saber de uns e pelo sentimento doutros. A verdade que se procura todos os dias numa busca incessante e inglória. Paz apenas alcançada no silêncio do sono. Dormência de uma vida passada. Sensações que entorpecem a alegria de estar. Glória, Glória. Aleluia. Pá Puta que o Pariu.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
meninos de colo: Os olhos
meninos de colo: Os olhos: "se um gesto me definisse seria o de te afastar o cabelo para te ver melhor o rosto que me enche de bravura e só te vejo pelos meus olhos po..."
terça-feira, 26 de abril de 2011
A Paz das Reticências
http://www.youtube.com/watch?v=WJpQJWpVJds
Que dia perfeito. Que dia mais que perfeito. Como foi bom estar ali, contigo, só estar. Sem mais nem demais. Sem ideias e nem intenções. Sem demasiadas palavras, apenas as necessárias ou as que faziam sentido. Desfrutar o momento, mas um momento que não passou logo, que foi passando. Nada foi importuno. Foi só assim e foi tão perfeito. Daqueles dias que levamos connosco a vida inteira. São um refúgio nos momentos de tormenta. Um asilo para a alma. Um abrigo na chuva. Um momento que cabe nestas reticências. Só estar...
Que dia perfeito. Que dia mais que perfeito. Como foi bom estar ali, contigo, só estar. Sem mais nem demais. Sem ideias e nem intenções. Sem demasiadas palavras, apenas as necessárias ou as que faziam sentido. Desfrutar o momento, mas um momento que não passou logo, que foi passando. Nada foi importuno. Foi só assim e foi tão perfeito. Daqueles dias que levamos connosco a vida inteira. São um refúgio nos momentos de tormenta. Um asilo para a alma. Um abrigo na chuva. Um momento que cabe nestas reticências. Só estar...
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Grito na conversa
Sabem aquelas conversas que se fazem com os amigos. Aquelas que já não custam, que se fazem sem querer, aquelas em que o vazio dos silêncios já não incomoda tal é o à-vontade. São um oásis de conforto no barulho ensurdecedor do mundo. São um cantinho de casa em qualquer lugar. E quando nessas conversas tens confidências que gostarias de fazer mas tens receio de ser mal entendido. Coisas que gostarias de partilhar mas tens medo que possam causar demasiado impacto no ouvinte ou que a reacção não seja em conformidade com a importância que aquilo tem para ti. É como ter um grito preso na garganta que no entanto não te impede de falar, de acrescentar banalidades e espirituosidades até. Só que lá está, nem é um berro, nem é aquele grito contido que se transforma em silêncio, é um grito murmurante, um grito falante, um grito de conversa. A mente viaja e contorse-se em agonia, medo e desespero enquanto a língua continua o seu trabalho de coloquialidade. A isso chamo um grito na conversa. E lá por ter barulho de fundo não o torna menos agudo e ensurdecedor.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Um menino mal comportado
Era uma vez um menino chamado Portugal. Era um pequeno rapaz muito simpático e brincalhão, mas era muito desastrado! Um dia, estava a brincar com os PEC que a mamã dele, a Dona República Portuguesa, lhe tinha oferecido. Só que o cachopo era tão azelha que deu cabo dos PEC's todos. Até chegou a tropeçar num e deu cabo dos seus rins financeiros! Foram ao Dr. União dos Países e Europa que lhe deu uma receita de empréstimo a tomar três vezes ao dia. O papá do pequeno Portugal, o Sr. FMI, lá foi aviar a receita à Banca Internacional do bairro e deu um raspanete ao menino: "Portugal, é a segunda vez que isto te acontece! Doravante, ou tens cuidados com as tuas finanças e a tua política ou ficas de castigo e não te deixo mais brincar à bola com o Benfica e com o Sporting! Estamos entendidos?"
terça-feira, 5 de abril de 2011
C'est la vie!
Ô douceur amer des jours de soleil. Le ciel est bleu clair mais le coeur est d'un bleu de mer tourmentée. Les questions s'accumulent et se superposent. Les réponses s'évadent comme le sable entre les doigts. La vérité fuit, le sentiment s'estompe et s'aiguise. La volonté n'y est pour rien. Comme un tronc orphelin de terre balloté par les vagues, l'homme pleure sa détresse et espère.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
meninos de colo: E só lá
meninos de colo: E só lá: "Relembrei-me agora da sequência final de Atonement, mas há coisas que parecem funcionar melhor ficcionadas. O cinema não é a vida, é uma vid..."
domingo, 3 de abril de 2011
Il est bien la peine de faire tant de simagrés à la vie.
Acordei bem disposto de manhã. O sol, especialmente se ausente durante algum tempo, tem esta capacidade de fazer sorrir despropositadamente. Mas se formos ver as coisas como deve ser, não é por nada e não é preciso fazer disso mais do que o que é. Fiz o pequeno-almoço, cereais com leite frio e um café com leite e açúcar em chávena grande. Tomei o pequeno-almoço. Lá fora já havia um movimento bastante. Hoje não acordei muito cedo e as pessoas já estavam ocupadas. Liguei o computador, li algumas notícias, ouvi algumas músicas e vi um blogue ou outro. Fui tomar banho e vesti-me. Não gosto muito de sair nos dias em que acordo mais tarde, fico com a sensação que as pessoas acham que já devia ter saído há mais tempo, como elas, e ter trabalhado um pouco. Saí, o sol já estava bem estabelecido no céu azul e dardava os seu calor sem considerar a roupa das pessoas, calor indiferente ou indiscriminado. Havia ainda algumas pessoas no passeio mesmo se ainda não era hora de almoço. Cada um seguia, o passo de acordo com o seu dia. Pensei que podia ir até à Praça ver as pessoas e as frutas do dia. Pus música nos ouvidos e caminhei em direcção concordante. Um casal equilibrava-se precariamente para estar abraçado e aos beijos, ao mesmo tempo que aproveitavam para adiantar caminho. Ela era bonita até. Ou pelo menos parecia ter bons beijos. Os reformados iam em solitário tentando não incomodar todo o movimento jovem. O vagar não é fácil a partir de uma certa idade. As senhoras das lojas vinham à porta fumar um cigarro com a maquilhagem e a chatice. Acho que elas não gostam de ver muitas gargalhadas a andar de um lado para o outro quando sabem que a gargalhada delas está presa ali até às sete. Eu percebo-as. Ninguém gosta de rir sozinho. Era para apanhar o metro mas como não tinha nem calor, nem frio, nem pressa, resolvi continuar a pé. Vi uma cara conhecida que me disse olá, também disse olá e acenei a cabeça. Acho que era da minha faculdade. Continuei em diante, o meu irmão diz: “para trás mija a burra” e tem razão. À medida que o numero de lojas aumentava, também o número de peões. Já havia de tudo, famílias em convívio dominical, adolescentes a mostrar ao mundo que existem, casais novos e velhos a vaguear com mais ou menos amor, indivíduos em unidose que vindos do ponto A iam inequivocamente para o B. Finalmente cheguei à Praça. Sentei-me num banco e fiquei a descansar um pouco do caminho e das pessoas. Era um dia bonito, estava sol.
domingo, 27 de março de 2011
Olhando..
"Cheguei à última década. Conto os dias, como um milagre. Os meses, como uma desfaçatez. Os anos, como um acontecimento digno de registo. Às vezes olho a minha família, perfeita ou imperfeita, com a sensação de pertencer-lhes como um desvio permitido. As paixões de outrora têm apenas o perfume de outrora; as paixões da idade adulta relembram um olhar, uma conversa, um passeio pelos cafés, cartas trocadas sem dizer o que deviam dizer – sempre oportunidades perdidas que não mudariam o essencial da vida desta velharia minhota estacionada em Moledo."
in OrigemDasEspécies
in OrigemDasEspécies
sábado, 26 de março de 2011
Paisagem I
A claridade ziguezagueia por entre as árvores, navegando o nevoeiro matutino. O cheiro sadio do bosque mistura-se com o silêncio murmurante. As folhas caídas aquecem a terra, recobrindo-a de um manto confuso. Cada passo ecoa na mente e no ar. Rasgos de céu azul. Aqui se espera. Aqui a calma é serena. Aqui o tempo não magoa. Aqui a vida não parece ansiosa. Deambular é só isso. E basta.
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Sobre o Sol..
Passei por ti e sonhei, ontem. Ainda hoje quanto te vejo, vejo ontem. O cheiro da manhã sabe tão bem no teu pescoço. Rabisco folhas, as palavras alinham-se, por sua vontade e risco. Os pequenos devaneios acumulam-se a caneta nos cantos e nas bordas da folha. E só te vejo a ti. Aprisionei-me e agora não sei como sair. Decerto ficarei aqui para sempre. Trarei cá pessoas para me visitar. Falar-lhes-hei como se fosse a ti. Esperarei que se riam com o teu sorriso. Olharei para elas e vir-te-hei a ti, esperando que me olhem com o teu olhar. Sei que apanhei perpétua. A ideia não dói como doía. É uma cicatriz do antigamente. Só se nota se olharmos bem, e aí, consegue-se distinguir a ténue linha branca que risca a pele. Ontem ficou hoje. O sol com a sua luz decidiu. E nessa nova claridade procuro a porta.
Rei sem reino.
Rei sem saber.
Rei de imensidão do nada.
Rei foi nos tempos passados.
Rei de si.
Rei sem rainha.
Rei que fui.
Rei que quero ser.
Será a vida clemente?
Com quem quis conquistá-la?
Despudor ambicioso.
Bem mal feito.
Vazio de esperança.
Sonho adiado.
Por ti tentei.
Por ti falhei.
Que sobra,
quando tudo é testado?
Rei sem saber.
Rei de imensidão do nada.
Rei foi nos tempos passados.
Rei de si.
Rei sem rainha.
Rei que fui.
Rei que quero ser.
Será a vida clemente?
Com quem quis conquistá-la?
Despudor ambicioso.
Bem mal feito.
Vazio de esperança.
Sonho adiado.
Por ti tentei.
Por ti falhei.
Que sobra,
quando tudo é testado?
Parce que..
Parce que l'odeur du sang des blessés attire les vautours. Não se deveria poder dizer Amo-Te com impunidade.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Herdeiros de marinheiros, aventureiros, colonizadores, heróis!
Eu encontrei aqui:
mas ele encontrou ali: http://blasfemias.net/2011/03/12/os-filhos-de-boaventura-e-gauche-causs-modalisboa-lux/
sábado, 12 de março de 2011
Sobre Alegria Espontânea
Ontem encontrava-me na estação de Metro da Trindade à espera do metro e estava a ouvir "Mais que nada" de Sérgio Mendes e aquela música pôs-me mesmo bem disposto e deu-me vontade de "dançar" ou "deslocar-me" ao som daquela melodia deliciosa e coibí-me.. Foi triste não me ter libertado da pressão das normas sociais e ter dançado ali mesmo. É muito estúpido! Espero que não volte a acontecer e daí nem sei o que será melhor. Mas parece-me que há algo de errado em não dançar quando se tem vontade. Um pouco como não rir quando dá aquela gargalhada ou bloquear o elogio quando receamos ser mal interpretados. Deve-se sempre dançar quando temos de dançar.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Nota sobre Velhice
É importante não esquecer que os idosos também são pessoas, e, como tal, ter plena consciência da sua capacidade malévola. Digo isto porque não poucas vezes deixamos atravessar o senhor de bengala fora da passadeira ou damos a vez à senhora de cabelo imaculadamente branco na caixa de super-mercado, enternecidos pelos anos de vida que testemunharam e numa espécie de homenagem à sua resiliência que invejamos e esperamos alcançar. Todavia estas acções não podem ser preferenciais por causa da idade e tem de ser simplesmente actos de humanidade. Porquê? Muito simples. Os idosos são seres humanos e também podem ser maus. Frequentemente esquecemos que as pessoas da nossa faixa etária ou da dos nossos pais também envelhecem. Se considerarmos recentes estudos que encontraram uma ligação causal entre a ruindade e a sobrevivência a doenças graves, especialmente oncológicas ou autoimunes, tudo se torna mais claro. Estudos esses que defendem que a ruindade potencia o sistema imunitário. Então não restam dúvidas! Há por aí muito filho-da-p#%& velho! Tomar nota.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
A Nossa Revolução
Quem me dera fazer uma revolução. Mas as revoluções merecem-se. Se houvesse um número limitado de revoluções a atribuir aos países da terra, tipo 50 ou até 100, nunca conseguiríamos ficar com uma. As revoluções merecem-se. São para quem realmente sofre. Claro que há sofrimento em Portugal, claro que há miséria da mais miserável, injustiça da mais injusta e pobreza da mais pobre. Mas há muitos sítios onde há mais, muito mais. Termos uma revolução, no contexto actual mundial, era como uma pessoa com gripe ter direito a uma cirurgia. É como dar uma fatia extra de bolo ao puto obeso. Sinto que não merecemos uma revolução. Não sofremos o suficiente para termos uma. As revoluções são para os sítios onde é flagrante. São para os países onde tanto lá dentro como fora se sabe quem manda e porque manda. São para os lugares onde se manda calar não no tribunal mas na rua. São para onde as mordaças não vem com uma convocatória do tribunal mas com uma arma encostada à cabeça. São para onde não existe pena suspensa. Gostava que tivéssemos uma revolução mas não saberia contra quem. As revoluções fazem-se para uma coisa contra a outra. E ambas claramente identificadas. Fazem-se pela liberdade contra o ditador. Fazem-se pela educação e pela comida contra a morte arbitrária. Fazem-se porque há alguém que diz quero assim e ninguém pode fazer nada porque matam-no a ele e à família. Gostava de ter uma revolução mas não saberia contra quem fazê-la porque todos somos um pouco culpados. Não é como nos países onde há meia dúzia que fazem mal e cem que comem e calam. Aqui todos fazemos um pouco mal e todos temos de comer. A única revolução possível em Portugal é também a única de que precisamos. É uma revolução dentro de nós próprios, nos nossos actos de todos os dias. E não é uma revolução feita por meia dúzia de capitães, não basta. Não basta uma revolução feita por meia dúzia de pessoas, fossem eles todos os políticos com cargos executivos. A nossa revolução não pode ser feita nem de cima para baixo, nem de baixo para cima. Tem de ser feita de dentro para fora. A nossa revolução é feita pelo sorriso e pela responsabilidade. Pela tolerância e pela honestidade. Pelo passou-bem e pelo trabalho. O estado a que nós chegamos foi o estado que fizemos. Não é Sócrates nem Louça, nem Portas e Santana. Sou eu e és tu. Estas revoluções são morosas e complicadas, são evolução. Não metem pessoas nas ruas nem armas à mão. Estas revoluções são feitas pelos actos diários de pais, mães, filhos e filhas. Estas revoluções fazem-se pelo exemplo. Estas revoluções não se fazem para nós, fazem-se pelo vizinho. É possível fazer cozido-à-portuguesa e chegar a horas ao trabalho.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Ovos Fraternos II
Jornalismo Desportivo Português II
(...) Arrastava-se deprimente no mesmo tom: confuso e deprimido, os pés em brasa, o coração em sobressalto, desamparado até à medula, a afogar-se nas águas turvas das suas contradições e dos seus desalinhos, das fraquezas e dos seus abalos. (...)
Não, caros leitores, o título deste texto não é equívoco ou resultado de uma qualquer distracção minha. Este é um excerto da bela e valiosa-em-termos-literários forma com que o Jornal A Bola do passado sábado descreve as incidências do jogo que opôs o Sporting Clube de Portugal à Associação Naval 1º de Maio. Posto nestes termos, tudo isto parece ser a transcrição de alguma flash interview em que Manuel Machado tentaria transmitir a ideia de que o Sporting perdeu o meio-campo e, consequentemente, o controlo do jogo depois do terceiro golo da Naval. Mas não, caros leitores. O crédito destas palavras não cai em mim ou em Manuel Machado, mas sim em António Simões, cronista d'A Bola.
Ao Jornal A Bola, por saber escolher a dedo os seus cronistas, de entre possíveis vencedores do Prémio José Saramago, na sua vertente literária desportiva, e a António Simões, em particular, os meus sinceros parabéns e a certeza que nos encontraremos na gala que este blog organizará e que premiará os melhores na arte de escrever desporto.
Até à vista.
Escrito por Michael Steven F. Lopes
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Sobre Tabaco e Romantismo
Reparem no pormenor inicial, de como ele dispõe casualmente da beata. Óptimo!
sábado, 8 de janeiro de 2011
You’ll never catch me alive!
ACAPOR entrega mil queixas-crime e quer evitar que videoclubes sejam “chacinados” - Tecnologia - PUBLICO.PT
Não cairei sozinho! Aviso já que se for dentro levar-vos-ei todos comigo! I WILL NOT FALL ALONE!!!!
As Vidas de João IV
Hoje quando acordei fui à casa de banho fazer chichi. ‘Tava com tanto sono! Sujei tudo! A sanita, o bidé, a roupa, fiquei até com as mãos todas molhadas! "Cá noja!” A minha mãe deu-me um ralhete, mas daqueles!! Eu expliquei que foi sem querer! O meu pirilau 'tava todo estúpido! Não dobrava!.. Por isso é que sujei tudo! Espero que não o tenha estragado.. O meu pai disse-me que mais tarde lhe ia dar uso... Se ele sabe que o estraguei todo, vai ser mais um ralhete! Tenho de falar com o Tiago, talvez ele me possa emprestar o dele, mais tarde, quando o meu pai disser que tenho de usar o meu...
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Femme I
Aguardo. Ela chega. Bela, estonteante, dona de uma daquelas belezas que fizeram o Homem criar Deus para explicá-la. Perfeita. Delicada mas segura. Feminina. Vestida de Mulher. Advinham-se formas mas sem ultrapassar a barreira imaginária do bom gosto. Sensualmente subtil ou subtilmente sensual. Vejo-a vir até mim. Com um andar ligeiramente ondulante. Meu Deus. Abro-os braços para a receber ciente do erro. A única recepção digna seria cair de joelhos em adoração. Sinto o corpo dela contra o meu, quente. Embriegado pelo perfume deixo as minhas mãos percorrer as suas costas. Seus lábios vermelhos, húmidos, entreabertos pedem um beijo. A vontade é pegar na boca dela e beijá-la sofregadamente, mas não dá, não pode. Troca-se um suave beijo. As caras aproximam-se e os lábios fecham-se uns sobre os outros, os meus sobre os dela, os dela sobre os meus, numa leve carícia. O tempo soluça quando momentos assim acontecem. Mão dada fazemos o resto do caminho a pé, em silêncio, silêncio ensurcedor de desejo. Sorte. Antecipa-se o que irá acontecer prolongando o prazer com essa segura espera. Mas quem fez sabe que mulheres destas não são de ninguém e só de si mesmas. Tê-la, por mais brevemente que seja, é um privilégio almejado por todos e alcançado por poucos. Mas todos sabemos. Todos sabemos que é apenas um momento, um instante, efémero. É uma pedra que brilha de mil fogos. Talvez apenas um momento na vida, mas inequivocavelmente a vida num momento.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
As Vidas de João III
A Joana é mesma parva! Tem a mania que por ser mais alta uns míseros centímetros do que eu, é mais crescida. Isto há com cada uma!! Não gosto nada dela! Não fosse o suave perdume que subtilmente emana das suas tranças, nunca mais brincava com ela! Mas cheira tão bem.. Porque será? Ainda por cima tem montes de pequenas sardas que descem do seu nariz e vão caminhando e abraçando-se até às maçãs do seu gentil rosto.. Que falhada!
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
As Vidas de João II
Fui para a escola. Por que raio me mandaram para a escola?! Dizem que é para aprender.. Mas eu aprendo montes de coisas em casa!! Ainda ontem aprendi o B-A-BA de engenheria e construção civil aplicada a fortificações e estruturas de defesa. Fiz um HYPER-MEGA CASTELO de areia em minha casa!! Que pena os franceses não me terem tido à sua disposição aquando da Guerra de 100 anos!..
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